segunda-feira, 17 de março de 2014

I Trail Comendador Rondão Almeida - ELVAS PATRIMONIO MUNDIAL - 09 de Março de 2014

Fui até ao Alentejo (não ao meu, que o meu é o Baixo-Alentejo) sozinho, propositadamente para este trail. Sendo mais uma etapa na minha caminhada até ao Ultra Trail de Sesimbra, em Maio. Cheguei facilmente até ao estádio de atletismo para levantar o dorsal.







Fiz um aquecimento decente na pista de atletismo, enquanto os atletas se iam concentrando antes da linha de partida, atrás do pórtico.



Foi dada a partida  e lá seguimos nós por dentro da bonita cidade de Elvas. Os primeiros 2 km foram feitos sempre dentro cidade de Elvas.









Entrámos para dentro da muralha do antigo quartel militar e deu para tirar umas quantas fotos.


 




Aqui parecia que estava no trabalho, no meio de antigos carros de combate... Foi interessante ver aquele espólio militar antigo.





 
 
 Fui "apanhado" a tirar fotos....
 
Saídos do antigo quartel, fomos pelas ruas estreitas e pitorescas de Elvas, sempre a subir até ao Castelo.










A partir do 3km começámos finalmente a entrar em caminhos de terra batida logo com uma subida com a extensão de quase 2km em direcção ao forte de S. Graça.

 O forte de S. Graça que mais tarde iriamos conquistar...

 
 Castelo de Elvas lá em cima, de onde viemos...
 
 


Não é muito visível na foto mas quando existiam subidas difíceis a organização colocou placas a avisar da subida difícil e com a frase "Força Pessoa!". Confesso que gostei deste mimo da organização, pelo menos ao início enquanto tinha forças.

Ao longe, o Aqueduto da Amoreira que mais tarde iriamos passar por ele...


 
Neste período da prova ainda tinha a sweat vestida, mas o calor rapidamente me fez tirá-la



Quando pensávamos que iriamos até ao forte fomos brindados com um single track a descer de forma progressiva. Nesta altura a máquina ficou sem bateria e acabaram-se as fotos da minha pessoa. Começámos a correr junto à linha do caminho de ferro em cima das pedras, o que não foi muito bom para os pés. Descemos depois, para o meio de uns canaviais muito apertados e ingremes, sendo uma zona muito técnica que incluiu a passagem por dentro de dois tuneis, obrigando a molhar os pés na água. Nesta parte vi que o pessoal sairia mais tarde continuando junto à linha, ou seja havia a possibilidade de cortar caminho, evitando esta parte técnica. Penso que a organização numa próxima edição terá que rever esta parte, para evitar batotas. Ao 7km surgiu o primeiro abastecimento com água, bebida isotónica, amendoins, mel e umas tostas. Passámos para o outro lado da linha de comboio e começamos a subir ainda de forma ligeira. Mais à frente atacámos uma tremenda subida com cerca de 1 km. Mas como tudo o que sobe, tivemos uma descida muito interessante ainda que com alguma pedra à mistura.  Ao 10 km novamente surgiu uma subida muito ingreme e que foi feita com muita dificuldade e a passo.

A entrada no Forte foi feita por um túnel com uma escadaria enorme e que foi transposta com alguma dificuldade devido à subida anterior. Após esta subida estávamos finalmente no Forte de Nossa Senhora da Graça. Nesta altura a vista era espectacular, connosco a correr em cima das muralhas do Forte. Descemos das muralhas até ao piso térreo do forte, onde demos uma volta de quase 360º. Quase sem me aperceber cheguei ao 2º abastecimento, ao 12 km, este já com a presença de uma banda a animar a malta. Este 2 abastecimento foi de extrema importância, visto que vinha a perder muitos líquidos e já estava com alguma fome. Havia à disposição água, isotónico, Coca Cola, banana, laranja, amendoins, tostas mel e batatas fritas. Aproveitei para comer muitas batatas fritas por causa do sal, um quarto de laranja, água isotónico e Coca Cola. Levei uns amendoins para comer no caminho.
 
 
 
Ainda com comida na boca, mas tive que posar para a foto...
 
 
A seguir ao abastecimento tivemos um período de 2 km sempre a descer, não muito acentuado mas com alguma pedra à mistura.
 
 
Antes do 15 km tivemos novamente uma subida que obrigou a ir a passo, mais uma vez. No cimo da subida estava um monumento, penso que seria de homenagem aos mortos, porque tinha flores. Ao 16 km tivemos que atravessar um pequeno ribeiro, nesta parte do percurso estavam dois elementos da organização a dizer para irmos com cuidado para não escorregar e a ajudar a atravessar o ribeiro. De seguida mais uma subida acentuada para animar a malta. Apareceu nova descida e toca a meter travões para não cair.
 
 
Ao 17 km chegámos ao Aqueduto da Amoreira, tendo a oportunidade de correr ao seu lado e apreciar a magnitude deste monumento. Esta foi a minha parte favorita da prova, tenho que confessar. Mas a organização estava determinada a que nos faltasse o oxigénio e volta a mimar-nos com nova subida colossal. Voltámos novamente a entrar e a andar nas muralhas da cidade de Elvas, passando depois pelo Jardim das Laranjeiras. Antes do 3º abastecimento, ao 20 km mais uma nova subida para garantir que de facto iriamos necessitar do abastecimento. Neste abastecimento aproveitei para comer e bem! Basta olhar para as fotos e ver que estou sempre de boca cheia! O abastecimento foi igual ao anterior, em termos de alimentos e líquidos. Um dos atletas presentes no abastecimento perguntou quando e o que seria o abastecimento surpresa. Os elementos da organização não se descoseram e fiquei a pensar em minis! Depois de uns bons minutos a abastecer lá arranquei ainda a mastigar a comida, debaixo de um sol tórrido, já com muito calor.
 
 







 
 

Contornámos o Museu Militar do Forte Santa Luzia sempre por cima das muralhas. Para recuperar um pouco o ritmo tivemos uns bons 4 km a descer ainda que de forma progressiva. A organização brindou-nos com mais uma surpresa, o trilho seria agora por dentro de um barranco, a profundidade atingiu em alguns momentos os joelhos, mas com o calor que estava até soube muito bem! A determinada altura, ao 24 km aparece-me uma dor na coxa direita e a partir desse momento foi aguentar até ao fim, nas subidas fui sempre a passo. Às tantas começo a ter o mesmo passo que uma atleta feminina, a Cristina Guerreiro, Ultra Maratonista já com muita experiência não só em provas de estrada mas em trails e ultra trails. Lá fomos os dois quase coxos, eu com a dor na coxa e ela com dores nos joelhos e anca esquerda. Fomos falando sobre as provas de trail, resultados de provas e dizendo mal da organização por ter uma primeira parte da prova muito dura. Surge o último abastecimento, mas para minha desilusão não havia minis, só água, isotónico, laranjas e bananas. Mais à frente, juntou-se a nós um espanhol que já vinha também em défice físico. Começámos a avistar o estádio ao 26 km mas sabia que não iriamos logo na sua direcção. Tivemos mais um pequeno desvio que passou ao lado de um lago, ao 29 km. Já no final a organização brindou-nos com a cereja em cima do bolo, uma subida colossal que rebentou com as reservas de energia que ainda dispunha. Felizmente, no topo dessa subida avistámos o estádio, sabíamos agora que estávamos a centenas de metros do final do sofrimento. Entrámos no estádio, dando a volta de honra pela pista de atletismo e como bom cavalheiro que sou deixei a Cristina terminar à minha frente. Terminei a prova em 3h51m56s.








A minha companheira dos últimos km...
 
No final havia o repasto igual ao que havia nos abastecimentos, mas com a sede que tinha, bebi apenas água e uma bebida isotónica de um patrocinador. Esperei alguns minutos para ter uma curta massagem que me aliviou um pouco as dores na coxa, mas o valente empeno já ninguém me tirava. Depois de um belo banho dirigi-me ao restaurante na sede do clube que organizava, para comer uma bela sopa, um prato de esparguete com carne e um belo pudim. Gostei da prova, com uma excelente organização, muitos elementos da organização durante o percurso, bons abastecimentos, muita simpatia. Ou seja o Alentejo no seu melhor! Só podia ser, claro! A melhorar só diria aquela parte do percurso em que havia possibilidade de cortar caminho na zona da linha de caminho de ferro.  




 

11 comentários:

  1. Elvas é uma cidade linda, pelo menos era quando estive lá durante quase um ano entre 90 e 91 na tropa. Depois disso nunca mais lá estive.
    Bela prova.
    Gostei das fotos, alguns sitios ainda me são familiares... abraço

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    1. Confirmo que a cidade é muito linda. A prova foi muito boa, algo técnica para aquilo que estou habituado. Um abraço

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  2. Também tinha visto esta prova na altura, mas infelizmente o orçamento não estica! ;)
    Ainda dizem que o Alentejo é só planícies... Estas provas são a prova :) de que não é bem assim.
    Parabéns Silvio, belo tempo, estás bem encaminhado nesse objectivo!
    Bjs e boa recuperação

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  3. Bela prova, sim senhor! Parabéns pelo desempenho.

    Abraço e boa recuperação :)

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  4. É impressão minha ou essa mega-atleta Cristina Guerreiro corre de saias?!?!? Ahahahaha!! Somos cada vez mais!!
    Boa prova Sílvio, parabéns! Rumo a Sesimbra!

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  5. Opah, era para perder a virgi...onha dos Trail na minha cidade Natal mas...não deu...e agora ainda mais triste fiquei.
    Por outro lado, para o ano deve ser ainda melhor!
    Boa prova, Silvio,parabéns.
    PS: RBR, claro que há cada vez mais mega atletas como tu a correr de saias:)
    Se eu tivesse uma costela escocesa em vez de um esqueleto alentejano até eu corria de saias:)
    Abraço

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  6. Parabéns Silvio...mais um passo em direcção ao Ultra objectivo. Tás a andar bem.
    Abraço e força nisso

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  7. Parabéns Sílvio!
    O ultra de Sesimbra está no papo.

    Abraço

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  8. Muitos parabéns Sílvio pela prova e pela excelente reportagem fotográfica.

    Força para a Ultra!!!!!! Tu consegues!!!

    Um abraço

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  9. O ultra já esta bem treinando.
    Bons treinos

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