domingo, 25 de janeiro de 2015

Sandsjöbacka Trail 20 Miles - 18 de Janeiro de 2015

Sandsjöbacka Trail  é um conjunto de provas de trail com várias distâncias: - 26km na sexta-feira dia 16 de Janeiro - 22 e 44km no Sábado dia 17 de Janeiro e 82 e 34km no domingo dia 18 de Janeiro. Existiam também as provas triplas - 26, 22 e 34km (Triplo Sprint) e 26, 44 e 82km (Ultra Tripla). Este trail já estava debaixo de olho há algum tempo, a sua partida era relativamente perto de Gotemburgo, cerca de 50 minutos de comboio. A temperatura estava muito baixa, máxima de 2ºC, portanto tive que ir relativamente bem vestido. Decidi levar uma sweat um corta-vento e um casaco com membrana para a chuva. Decisão prefeitamente acertada visto que começou a cair granizo por duas vezes durante a prova.  Estavam inscritos cerca 150 (à partida pareceu-me bem menos o que veio a suceder acabando a prova 101 atletas). A concentração  para a partida deu-se num largo onde estava instalado um abastecimento da prova de 82km. 






Uns 5 minutos antes da partida vimos passar o primeiro atleta da prova de 82km, assim que foi avistado o pessoal começou todo a aplaudir. A partida foi dada uns metros mais à frente do abastecimento. 



Os primeiros 3 km foram todos feitos em alcatrão maioritariamente em ciclovias.





 Entrámos depois em estradões fáceis apesar de alguma lama que havia no terreno. Passámos por um túnel para o outro lado de uma auto-estrada. Ao 6km surge uma subida "interessante" com a lama a dificultar a subida. No topo estava um fotógrafo que aproveitou para registar a minha presença. 












Como tudo o que sobe tem descer, tivemos um período de cerca de 2km a descer. Nestes primeiro km encontrámos algumas pessoas que nos aplaudiam e davam-nos força. O percurso esteve sempre bem balizado (com uma única excepção mais à frente na prova), a dificuldade também não era muita visto que estavamos a percorrer um trilho pedestre marcado. Neste período começou a primeira de duas quedas de granizo. Entre os 8km e o abastecimento (11.5km) o percurso teve muita pedra, lama e com alguma água à mistura. O primeiro de dois abastecimentos tinha o essencial: batatas fritas, água, bebida energética, café, chá, bolo de chocolote, gomas, frutos secos e chocolates. Detive-me alguns minutos a comer batatas fritas bolo de chocolate e a beber água e a bebida isótónica. Arranquei com as energias restabelecidas, mas que foram necessárias logo de seguida para subir novamente uma dificil subida. O percurso foi tendo cada vez mais lama ficando literalmente "atascado" na lama pelo tornozelo. As sapatilhas mudaram da sua cor azul e amarelas para acinzentadas devido ao barro. Até ao 14km o percurso foi sendo variado tipo carrocel com algumas subidas e descidas continuas. Nesta parte do percurso surgiu o momento mais caricato da prova, um dos dois atletas que iam à minha frente ficou descalço porque as sapatilhas ficaram presas na lama! Quando passei por eles estava mortos de galhofa e um deles estava a tirar fotos do outro a calçar as sapatilhas. A partir deste momento apercebi-me que muitos dos atletas da prova levavam sapatilhas para correr em estrada e não sapatilhas de trail! Na descida seguinte com a duração de quase 2km tivemos muita pedra, raízes de árvores. O percurso a partir dos 17km começou a ser muito interessante, porque começamos a passar por cima de umas mini pontes (como aquele trilho que existe na Serra de Sintra) com muita lama e água. O percurso foi interessante neste período porque era a subida com vistas fantásticas com uma queda de água brutal (não pude tirar fotos ou filmar porque entretanto a câmara ficou sem bateria). Passei a marca dos 20km com cerca de 2h, tinha previsto terminar a prova em 3h30/4h, portanto estava tudo a correr dentro do previsto. Ao 22h chegámos a um enorme lago (o quinto lago até ao momento) com montes de pessoas com as crianças a fazerem piqueniques. Ao contrário do que é habitual no nosso país, praticamente todos aplaudiam. O segundo e último abastecimento surgiu cerca do 23km, onde houve um controlo de tempo, onde passei com um tempo oficial de  2h22m59sNeste abastecimento estive um pouco mais tempo do que no anterior porque já estava com fome. Tudo o que estava presente neste abastecimento era exactamente igual ao anterior. Novamente senti as minhas reservas de energia ficaram bem melhores. Mas mais uma vez os organizadores brindaram-nos com uma valente subida, deixando-me logo com os "bofes de fora". Felizmente que fomos brindados com uma descida prolongada com mais de 3km. Deu para ganhar uma boa velocidade e ritmo. A partir do 25km passámos por uma quinta com muitos cavalos, o que foi bom para desanuviar a paisagem. Até ao 27km passámos por 2km em alcatrão, o que foi bom para mudar um pouco o estilo de corrida. Depois da parte em alcatrão o percurso passou por um batatal, tenho a certeza porque vi batatas no chão! Neste período o trilho tornou-se "pesado" com muita lama, pedras e água, com um sobe e desce constante. O percurso não iria melhorar, muito pelo contrário complicou bastante quando entrámos em Änggårdsbergen (a reserva natural onde costumo treinar habitualmente). O trilho era muito técnico com muita lama onde não havia qualquer tipo de tracção, parecendo que estava a patinar, tive que agarrar-me várias vezes às árvores e sair um pouco fora do trilho estabelecido para puder progredir.  Foram quase 3km de lama, finalmente chegámos ao ponto mais alto de todo o parque, uma formação rochosa. A partir desse ponto já conhecia o terreno e sabia que era todo feito em estadrão com alguma pedra. Tirei partido da descida e ganhei novo ritmo ultrapassando um atleta que ia a caminhar, tentei incentivá-lo a dizer para ir comigo o que aconteceu durante uma centena de metros mas como ele estava muito cansado disse para seguir sozinho. Continuei em bom ritmo em direcção a Slottsskogen, passando por uma zona residencial constítuida por várias vivendas e o viaduto sobre uma auto-estrada. Já quase no final os organizadores deram um "brinde" aos atletas, uma curta subida mas muito íngreme, na descida para o estádio estava um fotógrafo a tirar fotos, mas até agora ainda não as encontrei... 









Entro na pista de tartam do estádio olho para trás e acelero para cortar a meta com o tempo de 3h51m30s. Após cortar a meta uma melhor põe-me uma medalha ao pescoço e tenta tirar o chip do atacador falando ao mesmo tempo. Às tantas desiste de tirar o chip e sou eu que tiro o chip e lho dou. Segui depois para uma tenda aquecida onde comi uma sopa com um pão e uma bebida isotónica. Gostei da prova apesar de ter tanta lama envolvida. Terminei classificado em 62º em 101 atletas que terminaram a prova. 



quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Resumo de 2014

No início de 2013 fiz uma retrospectiva sobre o ano de 2012. No final de 2012 com apenas 8 meses de corrida consegui correr quase 900km (814km). No ano de 2013 não fiz nenhum balanço, mas este ano volto à carga. Em 2013 corri cerca de 1830km, mais do dobro de 2012! No ano de 2014 consegui ultrapassar a marca dos 2000km (2016km).







Em termos de quilometragem mensal, em 2014, ultrapassei por duas vezes a distância de 200km, curiosamente no primeiro e último mês do ano. 




Aproveito para deixar um pequeno vídeo com o resumo dos números relativamente a 2014.
















quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

São Silvestre de Lisboa - 27 de Dezembro de 2014

De regresso a Portugal para umas férias, aproveitei para voltar às corridas (já que na Suécia nesta altura não há provas). Em 2013 estava inscrito para a S. Silvestre de Lisboa mas por motivos de trabalho não pude ir portanto este ano tinha mesmo que tirar a desforra. Como me inscrevi tarde, parti da partida sub-60. Sabia que tinha que correr muito e ultrapassar muita gente para fazer uma prova decente. Combinei encontrar-me como o Miguel M. e o Paulo para revê-los. Eles sairiam da partida de sub-50. 






Depois de um breve aquecimento com eles dirigi-me para a minha partida. Antes da partida foram chamados os atletas da Elite, seguidos da interpretação do Hino Nacional pela fadista Cuca Roseta. A Elite Feminina lá partiu com uns minutos antes da Elite Masculina. Eu parti cerca de dez minutos depois da Elite. Arranquei com toda a força possível (tentando ultrapassar pessoas que iam a caminhar e que arrancaram à minha frente...) Durante os primeiros 2 kms foi praticamente aos S e Z tal era a concentração de pessoas. Olhando para o tempo dos dois primeiro quilómetros até não foi muito mau: 1km a 4m50s e o 2km a 4m16s. Entusiasmado pela velocidade que consegui atingir fui acelerando até cerca do 4km. Acabei por "pagar a factura" da ausência de treinos de velocidade e o começo demasiado rápido para o meu ritmo habitual. Sensivelmente ao 4 km começo a ter uma dor como o Filipe Torres teve , uma tremenda "dor de burro" como nunca tive na minha vida. Cheguei mesmo a pensar em parar... Felizmente comecei a pensar que eu sabia contornar a situação, abrandei um pouco o ritmo e comecei a respirar melhor. Basta comprovar os números para ver a evolução dos tempos ao km: 3km a 4m03s (aqui foi o período em que "rebentei"); 4km a 4m23s, o 5km a 4m53s e o 6km a 4m55s! Pelo meio houve um abastecimento onde aproveitei para dar dois goles de água. A passagem pelo Cais do Sodré ajudou a levantar a moral, já que havia algumas pessoas a apoiar os corredores. Em frente ao Cais das Colunas reencontro o João Campos, avistando-o à distância com o seu estilo e a sua cabeleira funky! Troquei cumprimentos e umas breves palavras com ele e segui o meu ritmo. Já na Praça do Comércio oiço vozes e vejo luzes de lanterna a avisar de uma lomba que estava no caminho. O 7km, a subir a Rua da Prata, foi feito a 4m40s, um ritmo mais normal e confortável para a minha pessoa. A partir da Praça dos Restauradores foi sempre a subir até à rotunda do Marquês de Pombal, comecei a sentir-me bem e em casa (habituado a treinar subidas). Consegui aumentar o ritmo mesmo a subir, até meio da Avenida da Liberdade, terminando o 8km em 4m37s. O resto da subida e até ao final do 9km foi feito em 4m57s (o km mais lento de toda a prova). Até ao final foi a "esgalhar" a descer a Avenida da Liberdade para terminar com um tempo oficial de 47m43s e com um tempo de chip de 46m20s. 




A média da corrida ficou-se pelos 4m34s. Posso considerar que o resultado foi bom tendo em conta que parti da partida sub-60 e tendo que ultrapassar literalmente centenas (ou mesmo milhares) de pessoas e consegui recuperar depois de uma agudizante "dor de burro". 

Fiquei com algumas notas mentais a não esquecer: não partipar em corridas com vários milhares de pessoas, ou pelo menos tentar partir o mais à frente possível; fazer alguns treinos  de velocidade antes da prova para melhores resultados.