quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Grande Prémio Santa Bárbara - 08 Dezembro de 2015

Esta prova realizou-se na sua 5ª edição, novamente em Aljustrel e muita participação. Entre as camadas jovens e os atletas mais velhos estavam inscritas cerca de 400 pessoas. Esta grande participação deveu-se ao facto de existirem prémios avultados em dinheiro, atraindo atletas de grande gabarito como a Sandra Teixeira e o Samuel Frei ambos do Sporting. Mas a minha intenção em participar nesta prova era a de conhecer esta prova curta mas dura. O secretariado da prova era no final da prova, ou seja o local onde iríamos chegar.  A partida dava-se na entrada de uma antiga mina. Após o tiro de partida foi ver o pessoal arrancar todo em sprint para ganhar as melhores posições desde início. Os 2 km iniciais foram dentro do complexo mineiro com um excelente percurso com o 1km sempre a descer e o 2 sempre a subir. Os tempos para estes kms iniciais foram 3m51s e 4m32s. Saímos depois do complexo mineiro para o 3km num bairro mineiro, onde estavam muitas pessoas a assistir. Relativamente ao tempo que demorei a cumprir este 3km foi de 4m16s. Voltámos a entrar no complexo mineiro para mais umas centenas de metros. Saímos para outro lado do complexo em direcção a novo bairro mineiro. Após sairmos deste bairro mineiro fomos sempre a subir, inicialmente num troço de alcatrão para depois passarmos para uma estradão em terra batida, com a inclinação atingir os 14%, em que me obrigou a caminhar alguns metros. Depois de atingir o topo tivemos uma bela descida com um misto de terra batida e alcatrão. Por volta do 5km entrámos num parque onde estavam muitas a assistir e bater palmas. Daí e até ao final o percurso foi todo em alcatrão. Passámos pelo centro de Aljustrel em direcção ao ponto mais alto da prova, a Nossa Senhora do Castelo. Houve um abastecimento líquido um pouco antes da grande subida em escadas. Consegui ir mantendo o ritmo sempre baixo de 4m35s até às escada da subida à Senhora do Castelo. Pensei em abrandar um pouco o ritmo para ter força para subir as escadas, os primeiros 2/3 lanços de escadas fi-los a andar. Mas estava tanta gente a aplaudir e a dar ânimo que não resisti e lá fui eu a correr pelas escadas a cima. 



Já no topo depois de ter subido os 183 degraus a vista era deslumbrante, fomos correndo por um passadiço todo à volta deste ponto elevado. Surge novo abastecimento líquido onde finalmente consegui tirar uma garrafa de água. O 5km foi o mais lento (5m16s) de toda a prova devido a ter a subida à Senhora do Castelo pelo meio. Até ao final fui quase sempre no meu limite, porque o perfil da prova passou ser quase sempre descendente. Comecei a aperceber-me que a prova não teria os 10km anunciados, mas sim perto dos 9km. Forcei ainda mais o meu andamento para tentar ultrapassar mais um atleta praticamente em cima da linha de chegada. O 8km foi cumprido em 3m44s aproveitando o final da prova e inclinação negativa da parte final da prova. Terminei com um tempo oficial de  37m31s para uma distância de 8.60km. Terminei classificado em 71º em 171 atletas que terminaram a prova. A nível do meu escalão terminei no 31º em 57 atletas que chegaram ao fim. Gostei da prova pela sua exigência física com as subidas e escadas que tivemos que ultrapassar; o troço inicial dentro do complexo mineiro foi muito giro com uma paisagem fora do normal. Como ponto negativo destaco a curta distância (8.60km) em vez dos 10km anunciados. 



segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

III Trail Transfronteiriço de Barrancos - 28 de Novembro de 2015

A deslocação até Barrancos começou na noite anterior à prova com uma comitiva de 4 elementos da minha cidade. Dois de nós iríamos à prova grande e outros 2 à prova mais curta. Chegados a Barrancos dirigimo-nos até ao restaurante para jantar, as primeiras  pessoas que encontrei foram o casal maravilha Isa e Vitor. Após trocarmos umas palavras, onde falámos sobre o "corte" do km 41, descobrimos que íamos jantar no mesmo restaurante. Depois do jantar fomos levantar os dorsais e fomos até ao bonito Parque Natural de Noudar, no Monte da Coitadinha, onde pernoitámos. No dia seguinte acordámos cedo para comer alguma coisa e dirigimo-nos até Barrancos. A partida foi dada no Parque de Exposições de Barrancos. A prova estava muito bem composta, com muitos espanhóis presentes. Comecei calmamente sem grandes velocidades para não quebrar muito durante a prova. Após umas curtas mas íngremes rampas fomos por uns trilhos muito simpáticos, pelo meio das árvores onde encontrei a primeira "celebridade" do mundo das corridas o inquebrável João Campos que estava a tirar a sua camisola de lenhador porque já estava em brasa como ele conta no sua página. Umas centenas de metros mais à frente, surge a primeira dificuldade da prova, uma descida infernal muito inclinada com o piso muito solto a complicar ainda mais. Chegados ao km 2.5. uma subida muito íngreme com a inclinação a chegar quase aos 22%!  Voltámos a entrar em Barrancos após esta grande subida. Correndo por dentro de Barrancos as pessoas aplaudiam e incentivavam os atletas. Como Barrancos não é plano fomos sempre a descer pelas ruas até sairmos da localidade. Às tantas vejo o Bernardo F. um atleta dos Esquilos e da equipa Decathlon. Seguimos alguns kms juntos, na conversa e gerindo o esforço. Deixei o Bernardo para trás mais ou menos no 10 km, numa longa e algo perigosa descida. Pensei que me apanharia no abastecimento. O segundo abastecimento (não cheguei a ver o primeiro) foi sensivelmente ao 12km. Parei alguns minutos para beber água, isotónico e comer fruta para seguir para uma longa e penosa subida. Uns 2/3km mais à frente começamos a encontrar o pessoal da caminhada que vinha em sentido contrário, todos bem dispostos, batendo palmas e dando algumas palavras de incentivo. 



Nesta altura aproximou-se um atleta de Alcobaça que meteu conversa comigo, fomos juntos,  com ele a puxar por mim até ao 4 abastecimento, cerca do 29km. O perfil da prova alterou-se um pouco já que descemos até ao 3 abastecimento que se situava na bonita ponte da Pipa. Ele aproveita para falar com o pai, que estava no abastecimento, enquanto eu abasteço de líquidos e sólidos. Seguimos depois juntos, até ao bonito parque de Noudar, primeiro por estradões para depois passarmos a single tracks. 


Ao 20km ultrapassamos uma valente subida para chegarmos a um cerro elevado, inclusive lembro-me de ter comentado que seria o ponto mais elevado da prova.... Descemos até à ribeira por um trilho perigoso, muito inclinado e com pedras e terra solta. Junto à ribeira a paisagem era deslumbrante, só apetecia tirar a roupa, dar um belo mergulho e ficar por ali o resto do dia. O percurso subiu um pouco mais para nos afastarmos da ribeira e voltarmos a descer novamente até à ribeira. Nesta parte as minhas sapatilhas Ultra Raptor justificaram totalmente o investimento porque o percurso tinha muita pedra solta e por vezes andámos em cima de rochas. Eu não tive qualquer tipo de problema de dores, feridas ou escorregadelas durante toda a prova. Chegados ao 26.5km por falha nossa ou insuficiente marcação, seguimos em frente por dentro de uma vedação. Não fomos só nós a enganar-nos, mais dois atletas seguiriam em frente cortando caminho... Voltámos um pouco atrás e verificámos que as fitas estavam à direita, com este desvio fizemos mais cerca de 1km. O quarto abastecimento situava-se precisamente no local onde tinha pernoitado na noite anterior, no Monte da Coitadinha. Neste abastecimento demorei alguns minutos porque precisava de comer e beber bem. O meu companheiro seguiu quando se despachou, ficou combinado tentar encontrá-lo mais à frente. Saí do abastecimento e fui no encalço de um atleta que foi a minha companhia até ao final da prova o Joel José Ginga. Saídos do abastecimento fomos dar uma grande volta e seguir o traçado da ribeira. O percurso até ao Castelo de Noudar foi difícil mas muito bonito. Chegámos a correr no meio de porcos pretos e vacas. Chegados, finalmente, ao bonito Castelo de Noudar o Joel ficou a tirar fotos enquanto eu segui devagar. Cheguei ao 5 abastecimento onde havia apenas água, descansei e conversei enquanto não chegou o Joel.  Descobri que a parte mais difícil da prova situava-se nesta pequena volta de cerca de 5km. Inicialmente o percurso descia até ao Rio Ardila para depois ser muito técnico com necessidade de fazer escalada em alguns momentos. O Joel sentiu algumas dificuldades pois as sapatilhas dele estavam um pouco gastas e não tinha muita tracção. Em relação às minhas Ultra Raptor, nem se queixavam, agarravam e protegiam os meus pés. Após chegarmos ao cruzamento da ribeira com o rio Ardila começámos a voltar novamente para o Castelo. Por vezes íamos a caminhar para recuperar. Quando começámos a subir novamente em direcção ao Castelo encontrei novamente o Bernardo F. que vinha algo debilitado, dei-lhe alguma força e disse-lhe para ter cuidado na parte mais técnica da prova. Chegados ao interior do Castelo, volto a encontrar o meu colega anterior, o de Alcobaça. Estava cansado e estava há alguns minutos a comer e a recuperar. Ele seguiu novamente e eu fiquei com o Joel a comer uma bela sopa de legumes e a beber coca cola. Aproveitei para falar com a família , informando que estava tudo a correr bem, estando apenas cansado. Neste abastecimento já estavam muitos desistentes ora por estarem exaustos ora por já não conseguirem dar a "voltinha" de 5km até ao rio Ardila. Saímos do Castelo sabendo que já faltava pouco e muito provavelmente a pior parte da prova já tinha passado. Mas enganámo-nos, já que o senhor Ico decidiu voltar a complicar as coisas, metendo uma parte muito técnica junto ao rio. Felizmente a paisagem era deslumbrante e a claridade do final do dia tornava o cenário digno de Hollywood. Às tantas começamos a correr no meio de uma vara de porcos pretos. Só quem corre na Natureza e nas provas de trail consegue ver e sentir tudo aquilo maravilhoso que passei naquele final de tarde. Encontrámos o último abastecimento por volta do 47km.



 Uns curtos minutos depois arrancámos para correr novamente num estradão que iria dar novamente à ponte de Pipa. Aqui voltei a detectar uma falha na marcação do percurso, pois num primeiro momento da prova viemos da esquerda da ponte e o percurso nesta fase era para seguir para a direita não havendo fitas visiveis para a direita. Quando passámos a ponte o percurso era bonito com um moinho junto à água numa fase inicial para depois a fazer-se a subir mas por um bonito trilho por entre as árvores. Liguei aos meus companheiros para avisar que estava a chegar. Sabia que estávamos perto do final, comecei a forçar o andamento, ainda que a subir, mas estava empolgado porque já faltava pouco. 



Comecei a puxar pelo Joel para não sermos ultrapassados por dois atletas que vinha no nosso encalço. Já dentro do parque de exposições o pessoal da minha cidade começa a bater palmas. Termino a prova com o tempo oficial de 8h41m27s. Terminei classificado em 72º em 124 que terminaram a prova. Após cortar a meta peço uma garrafa de "óleo para as articulações" e fico a beber uma bela e merecida cerveja preta. Em jeito de conclusão, gostei muito da prova com muitos aspecto positivos, a paisagem deslumbrante, as partes técnicas, a simpatia dos elementos da organização, bons abastecimentos. Como aspectos negativos destaco algumas falhas de marcação (mas sem comprometer), algumas partes do percurso serem comuns o que poderia originar algum acidente. Recomendo a prova a todos os amantes do trail. 


domingo, 6 de dezembro de 2015

Meia Maratona de Évora - 22 de Novembro de 2015

A uma semana de voltar aos Ultras Trails decidi ir a esta prova porque ia reencontrar 2 amigos, o Miguel B. e o Paulo G. Para além de ir com um novo amigo das corridas, o Eduardo M.

O objectivo para esta prova era terminar sem nenhuma mazela e com um tempo abaixo de 1h40. Chegados a Évora fomos levantar o dorsal do Eduardo M., já que o meu tinha sido levantado pelo Miguel e o Paulo no dia anterior. Após o rápido levantamento do dorsal voltámos ao carro para equipar, não apetecia muito porque estava fresco...

Dirigimo-nos para a Praça do Giraldo, o local de partida das provas (Meia Maratona, 10km e caminhada). Comecei a ficar stressado porque tinha de encontrar o Miguel e o Paulo para ter o meu dorsal. Depois de várias voltas à Praça do Giraldo, encontrei-os finalmente, faltando apenas 10 minutos para o início das provas.

Colocámo-nos o melhor possível no meio da multidão, com pessoas da caminhada à mistura... Este ponto foi a nódoa numa boa organização. Depois de umas breves palavras e de pousarmos para a foto foi dado o tiro de partida. 




Os 2km iniciais foram dentro das ruas estreitas da cidade. Apesar da confusão inicial até não foi muito mau, consegui desenvencilhar-me da multidão seguindo num bom ritmo. O 2 e 3km foram os mais rápidos de toda a prova, 4m01s e 4m06s respectivamente.  




Seguindo pelo IP2 fomos em direcção ao parque industrial de Évora. Até ao 8km os tempos ao km foram sempre abaixo de 4m20s. O primeiro abastecimento surgiu ao 6km, como não estava muito calor, bebi um pouco de água e levei a garrafa na mão. 

A partir do 8km, a prova começou a complicar, visto que o perfil do terreno começou a inclinar. 






Até ao 13km foi sempre a subir. Consegui ir mantendo um ritmo decente, até ao 10 km, a rondar o 4m30s. Nesta parte comecei a ver o Filipe Torres, aproveitei esta "lebre" de luxo e fui no seu encalço. Ao 10km tivemos o segundo abastecimento.  A parte mais complicada da toda a prova foi uma "senhora rampa" que tivemos que escalar e terminava junto às piscinas municipais. O ritmo foi completamente destroçado para um ritmo de 4m43s neste 13km. 

Entusiasmado por ter ultrapassado a rampa referida e por ter o Filipe a ser a minha lebre consegui voltar a um bom ritmo a cada km que passava. O 14km foi cumprido em 4m32s, o 15km a 4m25s e o 16 a 4m16s. Importa realçar que ao longo de toda a prova houve bastante apoio popular aos atletas que iam passando, ora a bater palmas ora com palavras de incentivo. Ao 14km deu-se o retorno e foi possível ver a dimensão do imenso pelotão que a prova teve. Senti-me com mais força por começar a ver outros atletas. O terceiro abastecimento estava colocado ao 15km. 

Sabia que a prova não estava ainda acabada, a organização decidiu "brindar-nos" com mais uma rampa, esta mais suave mas mais prolongada. Tive mais um "boost" de ânimo, pois vi a filha do Miguel M. e uma amiga com cartazes a apoiarem o pessoal. Os últimos dois km foram cumpridos religiosamente em 4m21s. Nos últimos 300m aproximei-me do Filipe e dei-lhe alguma força, já que estávamos a subir, notando que ele já ia na "red line". Cortei a meta com um tempo oficial de 1h34m52s com um tempo de chip 1h34m20s. A minha classificação final foi 181º em 940 atletas que terminaram a prova. Gostei muito da prova, a nível da organização esteve a roçar a perfeição, com a excepção da partida com todos os participantes juntos.